Passou pelo Jornal do Brasil, Revista Manchete, Veja, Isto é e na Revista Realidade. Nessa última, foi o primeiro repórter-fotográfico contratado, em 1965. Coleciona em seu currículo prêmios, como por exemplo, o prêmio Esso e 9 prêmios Nikon.
Coleciona também em sua carreira livros como "Trilhas do Rosa", pela Editora Scritta com o jornalista Fernando Granato; FIRMO, pela editora Bem-Te-Vi e “Paris, parada sobre imagens”, editado pelo Ministério da Cultura/Funarte.
Atualmente, vem se dedicando a projetos pessoais, ministra workshops em várias capitais do Brasil e também é professor em um ateliê no Rio de Janeiro, onde pode passsar sua experiência aos alunos.
Coleciona também em sua carreira livros como "Trilhas do Rosa", pela Editora Scritta com o jornalista Fernando Granato; FIRMO, pela editora Bem-Te-Vi e “Paris, parada sobre imagens”, editado pelo Ministério da Cultura/Funarte.
Atualmente, vem se dedicando a projetos pessoais, ministra workshops em várias capitais do Brasil e também é professor em um ateliê no Rio de Janeiro, onde pode passsar sua experiência aos alunos.
"Na cor, descobri o Brasil risonho e apaixonado, lascivo e poético", conta Firmo.
VR -Como a fotografia entrou na sua vida?
FIRMO - Fazia o ginásio, tinha eu 16 anos de idade e, como no samba de Paulinho da Viola, a minha mãe queria que eu fosse doutor, já meu pai queria que eu fosse militar, como ele. A professora de Canto Orfeônico (matéria obrigatória naquela época), dona Estefania, orientou a turma que fossemos apreciar livros na biblioteca da escola e, quando lá cheguei, o primeiro livro que me veio às mãos foi um livro sobre revelações em preto-e-branco.Vislumbrado, amanhecia as noites transitando como um mágico a historiar as vidas das pessoas e de seu país.
VR - Em 1965, você integrou a equipe da revista Realidade, como primeiro repórter -fotográfico contratado para o projeto da Editora Abril. Qual foi a importância disso na sua carreira?
FIRMO - A de passar do preto-e-branco para o mundo da cor. Traçar o mundo ensaiando a mulata, o petróleo, o folclore, toda religiosidade, a natureza, os objetos, enfim, aquilo que Luigi Manprin, fotógrafo da Abril, aludiu: "O mundo é colorido, a vida não".
VR - Por quanto tempo, você trabalhou na revista? E qual o motivo da saída?
FIRMO - Trabalhei no projeto durante os dois primeiros anos, fui para lá em setembro de 64, após a redentora. Fiz o número zero, mas, uma semana antes do lançamento da revista, sair após um acordo verbal com Roberto Civita. A verdade é que naquele tempo eu era muito garoto e subestimava São Paulo, então, por motivos de inadaptação a Sampa voltei ao Rio. Sofri muito com essa precipitada decisão "juvenil", mas, quando se é jovem muitas vezes somos inconsequentes.
VR - Qual foi a matéria mais importante que você cobriu?
FIRMO - Curiosamente, foi na fase que o Mino Carta dirigiu a revista já no chamado descenso, isto é, a publicação estava quase fechando embora fizesse ainda grande sucesso.Foram duas matérias: uma sobre a Amazônia inverno e verão.e a outra, cinquenta anos de arte moderna.
VR - Porque você ficou conhecido como um fotógrafo colorista?
FIRMO - Porque na cor, descobri o Brasil risonho e apaixonado, lascivo e poético.É na cor que sublimamos os encantamentos da vida e o maior ornamento é conviver dentro de um país ufanista no azul profano do céu e na boca escancarada a ostentar a camisa amarela ou vermelha sobre a tez negra orgulhosa.
VR - Você já ganhou premiações importantes, como o Prêmio Esso e o Prêmio Internacional de Fotografia Nixon. O seu trabalho na Realidade ajudou na conquista desses prêmios?
FIRMO - O Prêmio Esso de Reportagem foi um prêmio de texto, uma série de seis reportagens sob o título "100 dias na amazonia de ninguém", cobrindo toda as extensões do rios Amazonas e Negro, reportando a religiosodade, a ação militar, a pobreza, a saúde, o ensino. As fotos também foram minhas.Acho que com este prêmio chamei a atenção da equipe de repórteres que já atuavam na equipe, notadamente o Fernando Mercandante e o Paulo Patarra ... ia me esquecendo, também o Sérgio.
VR - Na nova geração, quem são os expoentes da fotografia no Brasil?
FIRMO - Prefiro não citar nomes para não criar melindres.
VR - Qual a influência do projeto fotográfico da Revista Realidade no Jornalismo Brasileiro?
FIRMO - Influenciou muita gente, foi um marco jornalístico onde a fotografia alinhava-se com o texto e vice-versa.Algumas vezes li as matérias para me compor com as idéias fotográficas incorporadas, alguma luz ou nuance para o alinhamento das intenções.Que grande equipe, que amigos, que saudades, como fui criança!
VR - Existe atualmente alguma revista que tenha um projeto de fotografia parecido com o que era usado na Realidade?
FIRMO - Não.Conversei muito tempo depois com o Roberto Civita, realizando umas fotografias e entrevista que fiz com ele e chegamos a conclusão que hoje a situação política do país não traduz uma publicação com aquela, também os tempos mudaram.
Em outras palavras para terminar: "Camarão que não se sustenta na pedra a onda leva...".
Mais informações, acesse aqui o site de Walter Firmo