Que a Revista Realidade foi um marco na história do jornalismo brasileiro todos sabem. São incontáveis os benefícios e avanços que vieram juntos com ela. O que poucos sabem, entretanto, é que a Realidade também deu o pontapé inicial para o desenvolvimento do jornalismo científico.
Até então esse tipo de matéria não fazia parte da rotina de um repórter. O tema era considerado muito difícil para um jornalista comum. Quando era necessário realizar uma reportagem relativa à ciência a função era desempenhada por um profissional da área em foco. Fato que nada facilitava a vida das redações. Além ser difícil achar um profissional, de outra área, disponível a escrever para uma revista, era necessário que o mesmo soubesse realizar bem a função de um repórter. Um encontro quase impossível. Esse tipo de reportagem sempre acabava de duas maneiras, ou não entrava para a publicação, ou virava um artigo técnico, o qual os leitores comuns nada entendiam.
A Realidade não iniciou o ciclo de repórteres escrevendo sobre temas científicos, mas o fez com mais qualidade, incluindo, de uma vez por todas, esses temas à vida jornalística. A prova de que esse modelo funcionou é facilmente vista nos prêmios que a revista recebeu, apenas com o Prêmio Esso foram quatro na categoria Informação Científica (Seu Corpo pode ser um bom presente – José Hamilton Ribeiro – 1973; Marcinha tem salvação: Amor – Marcos de Castro – 1969; De que morre o Brasil – José Hamilton Ribeiro – 1968; Uma vida por um rim – José Hamilton ribeiro – 1967).
Essa reportagem do Hamilton é excelente. Ótima postagem!
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