por VANESSA OLIVEIRA
A revista Realidade pôs em discussão um traço histórico da sociedade brasileira, a marginalização social causada pelas modificações do crescimento econômico. A reportagem “Os Meninos do Recife”, de Roberto Freire, vencedora do Prêmio Esso em 1967, trazia um panorama dramático sobre a dificuldade do menor abandonado, considerando-o como uma “preocupação nacional”. Para a revista, era em Pernambuco que esse problema se tornava mais grave, envolvendo organizações religiosas, governamentais e o trabalho assistencial de personagens, às quais o repórter dava tratamento fictício. Eles desvendaram o envolvimento de partes da sociedade civil na finalidade de reduzir as decorrências do fato.
O tratamento textual que Roberto Freire deu a reportagem ganhou a combinações variadas e interessantes, no qual se movimentavam em dois níveis: o institucional, no qual se debatiam as entidades envolvidas com a questão; e o da materialidade do problema do menor abandonado, que escapava aos projetos assistencialistas postos em pratica para solucioná-lo. Na reportagem, esse duplo “significado” adquiria o feitio de um diário que interpunha datas distintas, localizadas entre 1959 e 1967, início e fim da batalha de dois jovens militantes da Organização de Auxilio Fraterno, instituição voltada ao amparo dos meninos do Recife. Paralelamente a isso, a construção do tempo passado e presente, ao mesmo tempo literária e informativa, deslocando permanentemente a ação a visão do leitor, entre textos de jornais da época, informações objetivas sobre a dificuldade e a atividade romanceada de seus protagonistas. Essa dupla extensão do texto tornou a reportagem de Roberto Freire uma das mais significativas da Realidade.
sexta-feira, 2 de julho de 2010
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Bem legal essa matéria.
ResponderExcluirAmei!
Abraço.
Vamos lá, pessoal. Levem o Blog adiante. Tem muita coisa a ser feita ainda.
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