Nos três anos de sua primeira e mais extraordinária fase, a Revista Realidade chegou a ter circulação mensal de 500 mil exemplares. E não foi à toa. A publicação se diferenciava ao abordar as tendências de comportamento de sua época, chamada pelos próprios jornalistas, que acompanhavam tudo de perto, de “revolução moral”.
Virgindade antes do casamento, legalização do divórcio, independência da mulher, liberdade sexual e celibato eram alguns dos temas geralmente abordados. Sua seção de cartas, que tinha o objetivo de avaliar a recepção das polêmicas reportagens, era um tanto quanto movimentada mas costumava receber mais aplausos do que protestos.
Uma leitora, ao comentar a ameaça de apreensão por obscenidade do número que tratava de sexo entre jovens, escreveu: "Esse Dr. Gusmão [o juiz de menores responsável pela censura] não tem muita imaginação. Ou tem muita".
Já em uma reportagem sobre preconceito racial, a resposta de um leitor “branco e universitário” foi surpreendente: “Não sou racista, mas às vezes não suporto a presença de um branco”.
O texto que enfocou a homossexualidade, porém, foi censurado pelos leitores. Ao invés de denunciar o preconceito, como habitualmente fazia a revista, o repórter tratou a opção sexual como "doença com possibilidade de cura”. Mais de 14 cartas chegaram à redação.
O resultado daquele primeiro momento - que terminou em 1968 após a saída da primeira equipe de jornalistas- ,de qualquer maneira, é vastamente favorável à revista.
Excelente, adorei!
ResponderExcluirExcelente matéria!
ResponderExcluirAmei!